2010-02-18

CRÓNICAS DO NORTE

De vez em quando eu e o Gonçalo gostamos de fazer viagens não programadas para parte incerta. No fim-de-semana passado foi isso que aconteceu. A única coisa que para nós estava clara é que iríamos rumar para Norte. Embalámos a tralha numa hora e pelas 11 horas de sábado o motor da Fiat Doblo gemeu mais uma vez às mãos do seu dono, preparando-se para mais uma expedição.

Apesar do dia solarengo, o frio fazia-se sentir cada vez com maior intensidade à medida que os km’s passavam. Ao fim da tarde, e depois de algumas centenas de km pela A1, decidimos parar em Ponte de Lima. Depois de um chá bem quentinho aproveitámos para fazer um breve reconhecimento e tirar umas fotos.
O dia seguinte amanhece com algumas nuvens e nós continuamos viagem para o nosso próximo destino – Corno de Bico. Saindo de Ponte de Lima seguimos em direcção a Paredes de Coura, ao fim de +- 19 km de curvas vemos uma placa de madeira à direita que indica o local.
E lá fomos nós satisfazer a nossa curiosidade sobre este local que dizem ser de grande potencial para a prática de bloco. Sabíamos ao que íamos pois não conhecíamos os sectores e não sendo a zona massificada as probabilidades de encontrar marcas de magnésio eram escassas. Além de que parece que os locais têm um gosto muito refinado, prái V9 para cima, e blocos desse grau que valha a pena abrir não aparecem à vontade do freguês (penso eu de que…).

Fazia um frio de rachar que nem dava vontade de blocar, por isso os crashs acabaram apenas por ser usados como colchão para as noites frias. Realmente a malta do norte é mesmo rija e motivada para aguentar este frio todo. Chiça! Voltando ao caminho, seguimos as placas de madeira com indicação de Corno de Bico que vão surgindo por uma zona de bosque.
Ao fim e algum tempo surgem umas encostas de mato mais rasteiro salpicada de blocos limpos de um granito grosso e compacto com cristais mais salientes. Dá a sensação que esta rocha é capaz de fazer rápidos e sérios estragos nas mãos. Comparado com isto algumas outras zonas de bloco do país são uma espécie de esfoliante para as mãos.Esta zona está identificada com um bloco pintado no caminho com a indicação T 13. Aqui vislumbrámos algumas possíveis linhas.
Toda a zona de bosque está aparentemente minada de blocos. Algures nela se escondem algumas das pérolas que foram recentemente reveladas pelo Nortebouldering, mas convém ter um guia para dar com os blocos já abertos e assim desfrutar das especialidades da zona. De referir que os blocos escondidos no mato estão sujos de musgo e mato, contrariamente à outra zona em que a rocha surge impecavelmente limpa.
Sem dúvida um local para voltar na Primavera, com uma turma fanática e a companhia dos locais para fazer as honras da casa.

O passeio continuou até à Vila do Gerês, depois pela Mata do Buçaco, e por Lamego onde pernoitámos. Nessa noite experimentámos as várias casas de chá da avenida e os doces tradicionais. Do melhor!
E ao terceiro dia os flocos de neve começam a cair timidamente por Lamego. Foi suficiente uma paragem pelas bombas para abastecer de gasosa para que de repente os poucos flocos se transformassem num nevão. Rapidamente nos fizemos à A25 em direcção a Viseu, antes que a estrada ficasse cortada. Enquanto eu delirava com a neve a cair o Gonçalo ficou de todas as cores ao ver o carro a deslizar por breves momentos como se estivesse montado nuns skis. Pneus a precisar de uma substituição e sem correntes, a coisa promete! Lá fomos nós a passo de caracol até Viseu, aproveitando o rasto aberto pelo outros carros.
À medida que íamos baixando a neve deu lugar à chuva e após uma breve passagem em Penacova, pelas margens do Mondego, voltámos para Lisboa.
T.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É muita bem, grandas fotos teresa! Convence lá o Franquinho, temos que ir à serra, novos boulders na área secreta, a nossa sintra é uma caixa de pandora.

P.S: Páscoa venga aí escalar em Peniche vias de qualidade com entalecos em ambiente viking, pernoita icluída em hotel 4 estrelas no Baleal com chef du cusine Bruni,e aninda fantástica viagem às Berlengas sem ter que andar por veredas.

Brunex Monteirex

quarta-feira, 24 março, 2010  

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