2008-10-07


EIGER WALL - 320m 6b - 1ª repetição

Este domingo após um ano a picar o João Pedro para ir à Arrábida fazer uma via aberta pelo Paulo Roxo na falésia do Píncaro - a maior falésia costeira de portugal continental, lá conseguimos nos juntar para o fazer . Decidimos ir no sábado ao final da tarde de modo a evitar o calor e fazer ainda o reconhecimento do inicio da via, com o objectivo de dormir aí e no dia seguinte escalar a via. Acabamos por dormir mais a Ardena (uma amiga) numa casa de pescadores situada no extremo norte da idílica baía onde se situa a falésia, no dia seguinte esperava-nos uma épica aventura que duraria 11h de escalada desde o início até ao fim dos rappéis. No domingo acordamos tarde e com uma grande ressaca devido a uma noite de festa ao ar livre para nos preparamos psicológicamente para o épico do dia seguinte, já com o pequeno almoço tomado e o material separado dirigimo-nos para a parede. Desde o primeiro largo de escalada aprecebemo-nos que o estado da rocha implicava um cuidado acrescido na forma como escalavamos e só as proteções fixas deixadas pelo Paulo Roxo nos deixavam um pouco mais calmos, pois nalguns largos posso afirmar só conseguimos pôr duas proteções devido à impossibilidade de proteger ou devido ao mau estado da rocha. No terceiro largo de escalada acabei por cair com um televisor na mão, e assustado com a precariedade da rocha ainda pensamos na reunião em abandonar, mas não, estavamos ali após tanto tempo que haviamos combinado esta escalada que decidimos continuar e superar as adversidades desta parede que a pouco e pouco se vai revelando cada vez mais intrigante e as semelhanças com o Eiger são curiosas, a travessia do 4º largo parece-se com a travessia Hinterstoisser e a rampa do 5º largo como o 1º neveiro da norte clássica, o diedro do 6º largo lembra a fissura difícil, e o 7º largo o pilar descomposto, no crux da via o João Pedro manda uma queda ao tentar descansar num entalador mal posto que acaba por saltar só parando num entalador fixo que o Paulo Roxo deixou martelado numa fina fissura, outro pormenor curioso e semelhante à norte clássica são algumas cordas fixas colocadas em alguns pontos onde a rocha é muito má; após uma ligeira travessia para a esquerda acabamos por atingir o topo da falésia rodeado de vegetação densa e pequenos arvoredos onde acabamos por descobrir uma corda passada numa árvore que é o rappel que acabamos por substituir com duas fitas tubulares e um mailot, após 8 rappéis já na escuridão da noite e muitos sustos com quedas de pedras (feri o ombro e uma mão, o joão feriu o pé) lá chegamos por fim à base da parede e com o nosso sonho concretizado apenas nos esperavam mais duas horas de caminhada para o carro.

Foto: Paulo Roxo















P.S: Um grande abraço ao Paulo Rouxo por quem nutrimos uma grande admiração, e de referir que a abertura da eigerwall em solitário por parte do mesmo foi sem dúvida um grande empreendimento.


Ah! e já agora ... se o Paulo Roxo por acaso vos disser que a rocha é de boa qualidade não acreditem!

7 Comments:

Blogger Diodoro Monteiro said...

Grande , muito grande. Agora so e vir com migo dar um salto tu e teus amigos y e cuando queres.

quarta-feira, 08 outubro, 2008  
Blogger Daniela Teixeira said...

Que pena...já me tiraram a hipótese de me meter na primeira repetição!!! :(
Bela aventura :)
Daniela

PS: escalaram, desceram e sobreviveram...é porque a rocha não estáva assim tão má! ;)

quarta-feira, 08 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Os meus parabéns pela realização... e por terem sobrevivido para contar a historia!
Para mim, a descida em rapel é a parte mais arriscada. Por isso, penso num destes dias lá ir para abrir uma saída atravéz do Píncaro.
Mais uma vez parabéns!!

Paulo Roxo

quinta-feira, 09 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo said...

É sempre motivante conhecer malta que escala sem preconceitos!

Paulo Roxo

quinta-feira, 09 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Boa, eu soube pelo Gonçalo que iam a essa via naquele fds e fiquei a torcer e rezar por voçês.
Parabéns pela repetição.
Rosado

segunda-feira, 13 outubro, 2008  
Blogger Bruno said...

Obrigado, também rezei nalgumas reuniões para que a rocha do largo seguinte fosse melhor! e a verdade é q parece que as preces foram ouvidas , pois os 2 largos duros tinham rocha mais sólida. Ando a equacionar a hipótese de lá voltar para recuperar o camalot q lá deixamos.

terça-feira, 14 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns!!!
Joao e Bruno, estou orgulhoso!
Até breve
Lorenz

malucos!

sexta-feira, 14 novembro, 2008  

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